segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cidade das Fontes: VI - Chafariz da Ponte do Bico, Palmeira

Chafariz da Ponte do Bico (outras fotos)
Ano de Construção: 1872
Freguesia: Palmeira
Coordenadas:  41º36.238'N   8º25.685'E
Estado da Água: Corrente, não controlada e de potabilidade desconhecida
Estado de Conservação (de 1 a 5): 2
Data da Visita: 14 de Janeiro de 2011

Nas últimas duas semanas falamos de duas fontes gémeas, Fonte de S. Vitor e Fonte de Tenões, dissemos na altura que se tratariam de duas de três fontes gémeas, às quais se juntaria o Chafariz da Ponte do Bico para formar o trio. Na realidade, e apesar do Chafariz da Ponte do Bico apresentar grandes semelhanças com a Fonte de S.Vitor e com Fonte de Tenões, não é “gémea” das restantes. As três fontes fazem parte do plano de modernização das infra-estruturas do país levado a cabo por Fontes Pereira de Melo, e que se designa por "Fontismo", sendo o Chafariz da Ponte do Bico três a quatro anos mais recente que as restantes.
O Chafariz da Ponte do Bico encontra-se junto à Ponte, na Avenida do Cávado, do lado direito de quem se desloca em direcção ao rio. É um chafariz com alguma monumentalidade e é um património classificado pelo IGESPAR.

História
Construído junto à Ponte do Bico, este chafariz teria como principal função abastecer de água, as pessoas e animais que passavam essa ponte que liga o concelho de Braga, aos concelhos de Vila Verde e Amares atravessando para isso os rios Cávado e Homem. Como já foi referido, este chafariz foi construído em 1872, em plena época fontista, onde foi grande a preocupação na modernizarção das infra-estruturas portuguesas, e apenas cinco anos após o fim da construção da Ponte do Bico, também ela obra do fontismo.
A ponte e consequentemente o referido chafariz, foram buscar os seus nomes ao lugar onde foram construídos, Vau do Bico. O nome deste lugar, indica que ali seria um vau (ponto onde um rio se pode atravessar a pé), e onde alguns pensam que terá existido no tempo dos romanos um vicus (povoado romano não fortificado), que seria a origem do nome Bico.

Construção:
De construção semelhante à Fonte de S.Vitor e à Fonte de Tenões, o Chafariz da Ponte do Bico é também um chafariz de espaldar construído em granito. A água brota de três bicas metálicas que se encontram uma na frente, e as restantes, uma em cada uma face lateral do chafariz, caindo a água em conchas a partir das quais a água escorre para o tanque central ao nível do chão. A concha central é maior que as laterais e a escorrência da água para o tanque central, faz-se a partir de pequenos orifícios na concha que permitem que a água caia no tanque central, por outro lado, nas conchas laterais a escorrência da água até ao tanque central faz-se a partir de um circuito interno. Na zona frontal do chafariz destaca-se também a data em que foi construído 1872, assim como a sigla O.P que significa “Obra Pública”. Toda esta construção encontra-se num recinto semi-circular, construído em granito, e com banco corrido a toda a sua volta.

A água
A origem desta água é de uma nascente subterrânea situada a sul do local, a partir da qual é encanada até ao chafariz. Atrás da referida fonte existem uns tanques que armazenam a água para actividades agrícolas ou domésticas. Apesar de corrente e límpida, não há qualquer informação sobre a potabilidade desta água, havendo apenas uma placa a indicar que a mesma não é controlada.

Nos dias de hoje
Nos dias de hoje este chafariz encontra-se um pouco degradado, embora a construção esteja em bom estado, todo o chafariz se encontra sujo e pouco cuidado. O tanque central tem lixo, as conchas para onde jorra a água também têm lixo, e algumas pedras tanto do chafariz como do recinto, necessitam de limpeza. Há também, grandes manchas de água em algumas pedras do chafariz,  resultantes de fugas de água na canalização interior da fonte(?),  água essa que escorre até ao recinto envolvente do chafariz, dando ao conjunto um aspecto um pouco degradado. Além de tudo isto, o local refrescante e agradável que certamente teria sido projectado e construído em 1872, já não o é nos dias de hoje, uma vez que todo o recinto se encontra “em cima” do grande movimento automóvel que circula na Avenida do Cávado, aliás, no dia da visita, o recinto do chafariz servia de local de estacionamento de um automóvel.
Se quanto a este ultimo aspecto pouco ou nada se pode fazer, quanto à manutenção do chafariz mais se exige à Junta de Freguesia na conservação de um monumento que é classificado.

Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fontismo (consultado em 16-01-2011)

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