segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cidade das Fontes: IV - Fonte de São Vítor


Fonte de São Vítor
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Ano da Construção: 1868/1869
Freguesia: São Vítor
Coordenadas:  41º32.166'N   8º24.750'E
Estado da Água: N/A (está seca)
Estado de Conservação (de 1 a 5): 4
Data da Visita: 26 de Julho de 2010

No limite da Rua de São Vítor com a Rua D.Pedro V, já na segunda, nas imediações da Igreja de São Vítor, encontra-se a Fonte de São Vítor. É, no domínio urbano do concelho, das mais recentes fontes construídas com o intuito de abastecer a população de água. Embora tenham cortado a água que dela brotava, apagando desse modo muita da sua capacidade para chamar a atenção e revelar o seu encanto, a Fonte de São Vítor, decerto, causa alegria e catalisa recordações em tons de sépia na mente de imensos Bracarenses que por lá passam ou já passaram, pois, não obstante a pacatez a que o corte de água a sujeitou, ela marca posição na vista e na memória, sobretudo de quem caminha pela Rua D.Pedro V.

História
Segundo os caracteres inscritos na fonte (“CM 1868 1869”), a mesma remonta a 1868/1869 (época profícua em construção de fontes para abastecimento de água no concelhos de Braga e limítrofes), tendo sido obra da Câmara Municipal. Oportunamente localizada num eixo viário de extrema importância para a cidade, desde os primórdios da sua existência até mesmo aos dias de hoje, que faz a ligação entre o centro da cidade com a zona Este do concelho, a fonte de São Vítor desempenhou um papel que, decerto, foi de extrema utilidade nessa zona de intensa passagem de pessoas e de elevada concentração populacional, de tal modo que a própria construção desta fonte teve o intuito de reforçar o abastecimento de água numa zona já servida de fontes, quer a Oeste (Senhora-a-Branca) quer a Este (Quinta das Goladas).

Construção
A Fonte de São Vítor caracteriza-se por ser um chafariz de espaldar (o que é?), em granito, datado de 1868/1869. É constituída por um tanque semicircular, uma bica metálica, um degrau de acesso, uma cornija (o que é?)uma protecção em ferro e uma urna. A protecção em ferro não data da origem da fonte, conforme é visível na respectiva ilustração no livro “Fontes de Água”, de Domingos Araújo (página 85). Com alguma monumentalidade, é decorada com relevos. Um deles, revela um laço a encimar uma medalha onde estão as inscrições. Outro relevo, sob o primeiro, representa uma cara, com uma coroa; da boca brotava a água e, das orelhas, de cada um dos lados, em simetria, saem, descendo, motivos lembrando plantas.

Água
Não encontrámos informação sobre a origem da água que, tragicamente, há muitos anos já não jorra pela bica desta fonte. Quanto à qualidade da água, tratando-se de uma fonte para abastecimento público, provavelmente seria boa. Temos a sensação que nos lembramos de ver esta fonte jorrar água, talvez há mais de 15 anos, mas convido os leitores a comentarem acerca de quando a água terá sido cortada.
Encontrando-se numa zona de altitude intermédia entre o rio Este e a linha que delimita o vale do Cávado do vale do Ave, além de se situar abaixo duma anterior quinta (onde hoje se situa o Centro Educativo de Braga e a EB 2 e 3 Francisco Sanches), a origem da água que da fonte brotaca é, até nova informações, desconhecida, dadas imensas possibilidades.

Hoje em dia
Actualmente, a Fonte de São Vítor, por um lado, mantém-se, em termos da sua construção, relativamente bem conservada. Já foi alvo de pequenas reparações, como se nota pelo cimento que usaram como reforço à união das pedras que a compõem. O estado de limpeza, em geral, é aceitável. Porém, por outro lado, nesta fonte como, repetimos, tragicamente, em muitas outras, o facto de ter sido cortada a água contribuiu em muito não só para que a fonte perca muito encanto e para que a sua utilidade para abastecer de água tenha desaparecido, agravando seriamente o risco de ser votada ao abandono e diminuindo drasticamente o potencial identitário que esta fonte e a rede de fontes existentes na cidade desempenha(ria) nos Bracarenses. A Fonte de São Vítor atreve-se a irromper pelo estreito passeio, obrigando o peão a contorná-la, causando-lhe, todavia, não perturbação, mas um pormenor de encanto, alegrando-lhe momentos.

Curiosidade
Por via da nossa investigação, apercebemo-nos que esta fonte apresenta muitas semelhanças com outras duas fontes (se não mesmo com outras mais que ainda não identificámos), construídas por volta da mesma altura: uma fonte em Tenões, na estrada para o Bom Jesus, em frente à viragem para o centro da freguesia; e uma fonte em Palmeira, a metros da rotunda que antecede a Ponte do Bico.


Bibliografia
“Fontes de Água”, de Domingos Araújo

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