Freguesia: Tenões
Coordenadas: 41º33.433'N 8º23.383'E
Estado da Água: Ora está seca, ora brota abundantemente, ora jorra com caudal médio. Água limpa mas não potável.
Estado de Conservação (de 1 a 5): 3
Data da Visita: 19 de Setembro de 2010
Na semana passada apresentámos a Fonte de São Vítor e referimos que a mesma tinha, pelo menos, mais duas fontes quase gémeas. Ora, é uma das suas "irmãs" que hoje iremos revelar: a Fonte de Tenões!
Quem faz a feliz escolha de atingir o Bom Jesus do Monte a pé, arrepiando caminho encosta acima pelo passeio que ladeia a estrada que atinge o sagrado monte vinda da zona dos Peões ("rotunda da Bracalândia"), depara-se com este encantador exemplar de abastecimento de água do século XIX.
Quem faz a feliz escolha de atingir o Bom Jesus do Monte a pé, arrepiando caminho encosta acima pelo passeio que ladeia a estrada que atinge o sagrado monte vinda da zona dos Peões ("rotunda da Bracalândia"), depara-se com este encantador exemplar de abastecimento de água do século XIX.
História
Face à inexistência de fontes bibliográficas encontradas, até ao momento, resta-nos reconhecer que este chafariz terá sido, tal como a sua "irmã" Fonte de São Vítor, construída com o intuito do abastecimento de água para consumo. Todavia, esta fonte, ao contrário da referida "irmã", situa-se num local que ainda hoje não se encontra dentro dos limites urbanos do concelho e que, nos anos de 1868/1869, quando a obra foi concluída conforme é visível nas inscrições, se situava ainda a, provavelmente, algumas dezenas de minutos a pé do limite da cidade, talvez situado adiante do Campo das Goladas. Não obstante, a estrada que atingia o Bom Jesus seria, decerto, relativamente movimentada. Como tal, não deixa de ser interessante referir que o conjunto de fontes construídas em 1868/1869 se situa em sítios que se caracterizavam não tanto por uma elevada densidade populacional mas pelo facto de constituírem vias fundamentais de acesso à cidade e, no caso desta Fonte de Tenões, de acesso também ao sagrado Monte do Bom Jesus, desde sempre marco indelével da identidade Bracarense e Minhota.
Construção
A Fonte de Tenões caracteriza-se por ser um chafariz de espaldar (o que é?) em granito, datado de 1868/1869. É constituída por um tanque semicircular, >uma bica metálica já cortada, um degrau de acesso parcialmente oculto pelo declive da calçada adjacente, uma cornija (o que é?), uma urna a encimar e uma grade sobre o tanque, provavelmente colocada há algumas décadas atrás, talvez com o duplo intuito de proteger o tanque de tragédias de incautas crianças e de permitir o apoio de recipientes para serem enchidos com a refrescante água que daí brota. Com alguma monumentalidade, é decorada com relevos.
Ao fim e ao cabo, esta fonte é mesmo "gémea" da referida Fonte de São Vítor, exceptuando: os elementos em ferro que diferem em ambas; os pequenos adornos laterais das urnas; as caras, em cujas bocas estão as bicas, e respectivos adereços em relevo, que diferem ligeiramente, mantendo em ambos os casos motivos relativos a plantas. Mais nos parece que, na Fonte de Tenões, a cara representará talvez uma figura feminina, enquanto que, na Fonte de São Vítor, a respectiva cara representará talvez uma figura masculina.
Ao fim e ao cabo, esta fonte é mesmo "gémea" da referida Fonte de São Vítor, exceptuando: os elementos em ferro que diferem em ambas; os pequenos adornos laterais das urnas; as caras, em cujas bocas estão as bicas, e respectivos adereços em relevo, que diferem ligeiramente, mantendo em ambos os casos motivos relativos a plantas. Mais nos parece que, na Fonte de Tenões, a cara representará talvez uma figura feminina, enquanto que, na Fonte de São Vítor, a respectiva cara representará talvez uma figura masculina.
Água
Nesta fonte, já vimos a água brotar com muita abundância, já a vimos brotar em calmaria e já vimos também esta fonte sem jorrar qualquer quantidade de água. Mais nos parece que a quantidade de água que da fonte jorra é consequência não só da maior ou menor precipitação que se verifica, mas também de um qualquer outro factor que não adivinhamos, dado que temos presente na memória já lá termos passado no pico do Verão tendo podido aproveitar a água para refresco por contacto com o corpo (dado não ser potável) e temos também presente já lá termos passado noutras alturas em que da bica nada saía, mesmo não sendo Verão.
Quanto à qualidade da água, aproveitamos também a nossa memória, que nos garante que, há poucos anos - arriscamos dizer talvez três anos, e durante um determinado período, a Junta de Freguesia de Tenões afixou, ao lado da fonte, análises da água. Recordamos que, segundo as mesmas, a água apresentava níveis inexistentes ou completamente desprezíveis de bactérias contaminantes e outros elementos prejudiciais, com a excepção do seguinte: a água apresentava um nível de nitratos superior ao recomendado para consumo humano. Depreendemos que tal se deverá à reduzida mas existente prática agrícola que se verifica a montante da nascente.
Quanto à qualidade da água, aproveitamos também a nossa memória, que nos garante que, há poucos anos - arriscamos dizer talvez três anos, e durante um determinado período, a Junta de Freguesia de Tenões afixou, ao lado da fonte, análises da água. Recordamos que, segundo as mesmas, a água apresentava níveis inexistentes ou completamente desprezíveis de bactérias contaminantes e outros elementos prejudiciais, com a excepção do seguinte: a água apresentava um nível de nitratos superior ao recomendado para consumo humano. Depreendemos que tal se deverá à reduzida mas existente prática agrícola que se verifica a montante da nascente.
Hoje em dia
Actualmente, a Fonte de Tenões encontra-se num estado de conservação debilitado, merecendo, na nossa óptica, ligeiras mas cuidadas obras de recuperação e constantes mas pequenos trabalhos de limpeza da própria fonte e do recanto que a envolve. Quanto a este pequeno espaço que é pela fonte contextualizado, consiste em talvez meia-dúzia de metros quadrados entre o muro dum campo vizinho que se ergue sobranceiro (e do qual espreita, atrevido, um pessegueiro) e a fonte, e contemplou, há poucos anos, uma mesa de cimento adequada para um mini-piquenique. Todavia, o espaço acabou por não ser alvo de adequada manutenção. Urge mudar mentalidades.
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