Rafael |
Li há dias um texto no Público sobre o livro "Os Viajantes e o "Livro dos Museus"" da autoria de João Carlos Brigola, historiador, museólogo e actual director do Instituto dos Museus e da Conservação. Segundo o Público, o livro debruça-se sobre "o panorama coleccionista e museológico de Portugal nos séculos XVIII e XIX (que) motivou inúmeras viagens e bastante literatura por parte dos "turistas" europeus que em Setecentos e Oitocentos".
O livro dá conta de um relato do aristocrata inglês Henry John Herbert, que visitou o Mosteiro de Tibães entre 1827 e 1829, em que este refere a existência neste mosteiro, de dois quadros de Rubens e um de Rafael, pondo no entanto uma ressalva sobre a autoria de um dos quadros de Rubens. Questionado sobre o tema João Brigola admite que essas obras possam ter passado por Tibães, tendo sido perdidas em consequência do encerramento do mosteiro na década de 1830 devido à extinção das ordens religiosas masculinas.
Achei curiosa esta referência, até porque não foi a primeira vez que li algo sobre o assunto. No livro de crónicas de Manuel de Oliveira Faria, “Braga em flashes de memória”, numa crónica sobre o Mosteiro de Tibães, vem uma citação do livro "Cartas notáveis de Camilo Castelo Branco" do escritor brasileiro J.C.A.Mota Junior: "Este mosteiro encerra alguns quadros notáveis de considerável merecimento. Diz-se que dois quadros são trabalhos de Rubens e pouca dúvida lhe ponho que pelo menos um seja original. Há também um de Rafael e alguns outros da escola italiana, os quais podem segundo creio ser atribuídos à escola de Bolonha.". Não conheço o livro "Cartas notáveis de Camilo Castelo Branco", e desconheço portanto qual o contexto da referência atrás citada, no entanto, é curiosa a sua similitude com o relato de Henry John Herbert. Se os relatos não forem baseados um no outro, há dois relatos sobre os referidos quadros, o que corrobora a tese de que de facto esses quadros passaram realmente por Tibães.
Que quadros seriam esses? O que será feito deles agora? Será que ainda existem ou foram destruídos? Que pena é que já não estejam em Tibães...
José Gusman Barbosa
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